Conheça a luta de seis mulheres indígenas inspiradoras

Lideranças Pataxó, Huni Kuin, Guarani Mbya, Kumaruara e Aymara revelam o que as motivam a lutar, seus sonhos e obstáculos

Nascer indígena é sinônimo de resistência. Já as palavras força e mulher caminham lado a lado e se ainda não são sinônimos precisam ser. Imagine agora mulheres indígenas que unem a resistência ancestral de seu povo pelos direitos mínimos como território e respeito, com a luta por igualdade e visibilidade das mulheres de suas comunidades. É potência em dobro e que só de pensar arrepia.

É tempo de somar. É tempo de união. Vivemos o momento da quebra de paradigmas como o de entender o impacto da invasão europeia — e não descobrimento — no Brasil e toda a América  e, principalmente, de lutar contra a violência e opressão que a mulher é submetida. Seja resgatando a cultura e transmitindo conhecimentos para sua comunidade ou estando à frente da luta que pede um basta a tamanha violência, esta matéria busca apresentar seis mulheres indígenas que se dedicam a contribuir para o seu povo e, consequentemente, para toda a sociedade.

Arissana Pataxó, BA, Hamangaí Pataxó Hã-Hã-Hãe, BA, Julieta Paredes, Aymara, Bolívia, Luana Kumaruara, PA, Ara Mirim Sonia Guarani Mbya, SP e Yaka Edilene Huni Kuin, AC, abrem seu coração e revelam sua trajetória.

A seguir, mergulhe no universo de cada uma dessas guerreiras (os textos foram organizados por ordem alfabética respeitando o nome inicial de cada uma). Confira:

1 Arissana Pataxó, 36 anos, Bahia

Arissana Pataxó (foto: Stefan Schmeling/reprodução livro Diversos)

É na primeira região brasileira invadida pelos portugueses que Arissana Pataxó veio ao mundo, em Porto Seguro, Bahia. Pataxó é o nome do seu povo. Professora em escola indígena desde os 19 anos, em 2005 iniciou a graduação em Artes Plásticas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador. Hoje, aos 36 anos, é mestra em Estudos Étnicos e Africanos e doutoranda em Artes Visuais, ambos também pela UFBA.

Tamanha dedicação e talento no universo das artes a fez ser indicada ao Prêmio PIPA, uma das principais premiações de arte contemporânea do país, em 2016. Sua primeira exposição, Sob o olhar Pataxó, aconteceu em 2007 no Museu de Arqueologia e Etnologia da UFBA. Mira ! Artes visuais Contemporâneas dos Povos Indígenas, realizada em Minas Gerais e Brasília entre 2013 e 2014 também consta em sua lista, dentre outras. Como professora, trabalhou em quatro escolas indígenas, sendo o Colégio Estadual Indígena Coroa Vermelha, que fica em Santa Cruz Cabrália, Bahia, o atual, mas pretende se afastar para se dedicar ao doutorado, já que o local que dá aula fica há cerca de dez horas de Salvador. Suas aulas se voltam para a arte-educação e o ensino do patxohã (língua originário dos Pataxó).

“Eu penso que a educação escolar foi uma luta dos indígenas mais velhos que reivindicaram a chegada da escola na aldeia por acreditarem que o acesso ao conhecimento, à leitura e à escrita poderiam ajudar na luta. Sou fruto dessa luta que os mais velhos acreditaram. E não só eu, outros professores e estudantes indígenas também são frutos dessa luta coletiva. Lutamos pela garantia do território e fortalecimento da cultura Pataxó – da identidade do nosso povo”.

Arissana sempre gostou de desenhar e pintar, motivo que a levou ao universo das Artes Plásticas. “Na arte o que me inspira é a minha vivência, o cotidiano. Tudo que eu vivo eu coloco um pouco”. Sua pesquisa de doutorado é uma continuidade do mestrado, e aborda as artes Pataxó, cuja produção é ampla e vai do trabalho com semente, fibra à madeira. “Aprendo muito com a pesquisa de campo, principalmente ao entrar em contato com os mais velhos”.

Só a sua trajetória acadêmica já comprova o quanto é uma mulher quebradora de paradigmas, uma vez que, ao pisar na universidade mostra que o ensino superior também é lugar de indígena e que todas e todos são capazes, basta ter oportunidade. É nítido também que essa caminhada não é só uma busca de conhecimento para si própria e sim, uma forma que encontrou de zelar, fortalecer e cuidar dos frutos cujos mais velhos plantaram e que ela transmite por meio de suas pinturas e durante suas aulas para as meninas e meninos Pataxó. Vale destacar que Arissana teve que morar em outra cidade para estudar, contudo, a cada etapa concluída, sempre voltou para sua região de origem para contribuir junto a seu povo. “Eu acredito que os povos indígenas vivem em constante luta, em diversos espaços e lugares. A gente tem que deixar essa luta viva, seja ajudando nas escolas, seja na discussão de políticas afirmativas no âmbito dos estados, universidades e outras instituições. Nossa missão enquanto indígena é esta: ajudar como podemos em questões que a vida nos coloca”.

2 Hamangaí Pataxó Hã-Hã-Hãe, 22 anos, Bahia

Hamangaí Pataxó (foto: arquivo pessoal)

O mundo é repleto de diversidade e no Brasil não seria diferente. A jovem Hamangaí, de 22 anos, é um desses exemplos, uma vez que tem sangue Terena pela parte materna e Pataxó Hã-Hã-Hãe pela paterna. Sua avó era benzedeira e deixou um legado para toda a comunidade, trazendo inspiração, fé, coragem e sabedoria para a neta. Para completar, sua mãe é parteira.

Hamangaí nasceu e cresceu na Terra Indígena Caramuru/Paraguassu, no município de Pau Brasil, Bahia. Há três anos saiu da aldeia e hoje faz Medicina Veterinária na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), contudo, sempre que pode volta para casa. Foi em sua primeira participação no Acampamento Terra livre em Brasília, em 2015, que sentiu a importância da luta dos povos indígenas e o quanto ela também precisava contribuir. Já em 2016, conheceu o Engajamundo, rede brasileira de jovens que dissemina mudanças em seus entornos. Foi convidada a entrar e hoje trabalha na área de Clima e Gênero da rede.

Como parte da delegação do Engajamundo, em 2018 foi à Polônia participar da 24ª Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas (COP24). No ano seguinte, esteve em Roma participando do Villagio Ler La Terra, onde falou para jovens italianos da importância de se unirem em defesa da mãe Terra. Ainda no fim de 2019, foi à Suíça em cerimônia que reuniu jovens mulheres ativistas do mundo todo.

“A luta maior é dentro de casa porque para a minha mãe certos espaços não é para a mulher. O meu pai me incentiva, mas minha mãe não. Isso me deixa mal, porque eu não consigo fazer outra coisa a não ser contribuir em algo. Motivar outros jovens e principalmente outras meninas. Eu nasci para isso. Estou organizando um encontro na minha aldeia para podermos compartilhar experiências e contribuir no protagonismo dos jovens locais em defesa do nosso território e direito. Quero muito que dê certo, pois é uma forma de motivar e encorajar outros jovens.”

Pelo Engajamundo, a jovem liderança vai em escolas falar com meninos e meninas sobre o papel da juventude nas mudanças que almejam. “Essa mudança só vai ser possível quando nós reconhecermos que mudando a si mesmo e se engajando politicamente, os espaços de tomada de decisões, o nosso entorno e nossa realidade pode sim serem mudados. É trabalho de formiguinha, mas é muito importante. Muitos falam que o jovem é o futuro.”

Sobre a mudança que precisa ser feita em relação a como a mulher é vista e tratada hoje, a Pataxó conta que já passou por situações constrangedoras. “Tive um professor que sempre trazia a mulher indígena como um ser exótico a ser explorado. Sem contar que a mulher é sempre deixada de lado, não botam fé no que propomos e tentam nos silenciar. Muitas guerreiras sofrem caladas. É preciso que todos reconheçam a força de nós mulheres. Não importa a idade. É preciso reconhecer essa força ancestral. Não queremos caminhar sozinhas. Os homens precisam caminhar junto conosco, porque só assim vamos avançar.”

Ela também nota que as mulheres precisam ocupar os espaços políticos, ainda dominado por homens. “Nós temos essa força de poder eleger uma mulher e eu estou aqui para fazer esse papel de encorajamento e para que, quem sabe algum dia, eu venha ser uma vereadora também, ou prefeita. Tudo é possível, basta acreditarmos em nós mesmas.”

Outro sonho de Hamangaí é conhecer a pajé Putanny, do povo Yawanawa, localizado na Amazônia Acreana. Putanny quebrou o machismo dentro de sua aldeia e trouxe autonomia para as mulheres, além de abrir espaço para também acessarem práticas espirituais como rapé e ayahuasca.

Espero muito que algum dia ninguém mais sangre por lutar pelo que acredita e para isso o autocuidado ele precisa ser diário. Fortalecer nosso espírito para que possamos seguir com sabedoria na luta.”

3 Julieta Paredes, Aymara, 50 anos, Bolívia

Julieta Paredes (foto: reprodução Universidad Cooperativa de Colombia)

Igualdade de gênero e a proteção das raízes indígenas da América fazem parte da luta da Aymara Julieta Paredes Carvajal, 50 anos, nascida em La Paz, Bolívia. Poeta, escritora, grafiteira, cantora e compositora, Julieta busca expandir o feminismo comunitário, movimento que ganhou força em 2006 e hoje está presente em seis países da América Latina, propondo novos conceitos de despatriarcalização, sendo um contraponto à visão dominadora eurocêntrica.

“O feminismo tem data de nascimento que é a Revolução Francesa [1789] e surge com a proposta de igualdade das mulheres burguesas da França. Tem sua razão de ser na Europa. Sendo assim, o feminismo é fundamentalmente eurocêntrico. Para nós que somos de outro território e que os invasores chamaram de América, mas que chamamos de Abya Yala [Terra Viva para o povo Kuna], é muito importante falarmos com base em um pensamento próprio e em sintonia com a nossa origem. Quer dizer, somos feministas, mas feministas comunitárias porque a nossa luta não teve início na Revolução Francesa. Lutamos contra um patriarcado colonizador desde quando os espanhóis e portugueses invadiram o nosso território. Não estamos fazendo competição com as feministas, estamos colocando nossa proposta como mulheres indígenas que lutam contra o machismo dentro do universo indígena, mas também desde as invasões territoriais.”

Esse feminismo comunitário, Julieta explica que é para todas as mulheres, indígenas, brancas e negras e não é uma forma de ir contra a Europa, mas sim, de mostrar que houve violência e quebrar paradigmas impostos. “Também escrevemos livros, fazemos encontros de mulheres, atividades educativas, trabalhos com a saúde, alimentos e música.”

Quando uma mulher ama

A Terra faz

Além de rotações e translações

Revoluções

Poema do movimento que Julieta participa e que está espalhado em grafites pelas paredes da Bolívia.

4 Luana Kumaruara, 34 anos, Pará

Luana Kumaruara (foto: Pedro Fonteles)

 “O meu sonho é ver minhas parentas bem. O dia em que eu chegar em uma aldeia e elas não me procurarem pedindo socorro, querendo uma orientação e não existir mais violência aos seus corpos pelo simples fato de serem mulheres estarei feliz. Mas isso tudo só quando acabarem as denúncias, os casos de assédio, estupro e morte”, conta emocionada Luana Kumaruara, da aldeia Solimões, localizada às margens do rio Tapajós, na Reserva Extrativista (RESEX) Tapajós Araipiuns, Pará.

Aos 34 anos, Luana é uma das lideranças indígenas de seu povo, os Kumaruara, e integrante do Conselho Distrital de Saúde Indígena (CONDISI) de sua região. Ano passado se tornou a primeira indígena graduada em Antropologia na Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Santarém, e no mesmo ano emendou o mestrado também em Antropologia, mas na UFPA (Universidade Federal do Pará), em Belém, sob uma pesquisa voltada à rede de mulheres indígenas na região do rio Tapajós.

A porta de entrada na UFOPA aconteceu em 2012, pelo Processo Seletivo Especial Indígena, que pede uma declaração assinada pelas lideranças da aldeia. “Eu digo que esse é o primeiro compromisso formal que temos com o nosso povo. Porque antes da gente pedir a carta, a gente passa por uma assembleia na aldeia e explica os motivos de querermos ir à universidade. Disse que queria estudar Antropologia para ter conhecimento para ajudar nosso povo. Isso cria um laço, um compromisso com a luta. Quem ama seu povo sela e honra esse compromisso.”

De 2014 a 2016, enquanto coordenadora do Conselho Indígena Tapajós Arapiuns (CITA), que responde por 13 etnias do Baixo Tapajós, acompanhou muitos casos de violência contra a mulher, sem contar o não respeito à voz das mulheres durante as reuniões. “Quando teve outra assembleia do CITA eu não quis mais ficar na coordenação e firmei o compromisso de ativar um Departamento de Mulheres do CITA para fortalecer nossa autonomia. Há um tempo já teve um grupo de mulheres, mas não tratava da violência. Elas se reuniam para fazer e vender artesanatos e remédios caseiros. Era uma forma econômica e não tinha um alinhamento político.”

Em 2016, dedicou-se ao trabalho de base nas aldeias e já no ano seguinte aconteceu três encontros de mulheres indígenas. A região que Luana atua é grande, com 70 aldeias em 18 territórios, contudo, não foi impedimento para que, com apoio de outras mulheres, organizassem oficinas, rodas de afetividade, discussão sobre violência, Lei Maria da Penha e demais direitos. Em 2018 acontece a primeira assembleia das mulheres indígenas do Baixo Tapajós, momento em que o Departamento de Mulheres é ativado. “Não quis ficar à frente do Departamento porque todas essas ações que fizemos tiveram resultado. As mulheres começaram a denunciar e isso incomodou os homens indígenas e não indígenas. Sofri ameaças e outras questões, todas relacionadas ao machismo. Mas hoje já superei. Na verdade, superamos, pois tudo o que passei minhas parentas sentirem junto comigo. Foi massa porque sem saber que isso ia acontecer a gente já estava fortalecida. Eu tinha um exército de mulheres para me defender e hoje temos o nosso espaço, temos nosso lugar de fala, respeitam nossa posição, quem somos, o que queremos e para onde vamos. É um processo que ainda estamos trabalhando, mas que já mudou muito o cenário aqui dentro do movimento indígena.”

Esses relatos são contados por Luana com a voz trêmula, emocionada, afinal, ao se deparar com tamanhas injustiças seu corpo vibrou e ainda vibra por mudanças. Outra inquietude da guerreira paraense é com a falta de acolhimento das universidades com as estudantes mães. Seus filhos, Yara, cinco anos, e Kauê, três anos, nasceram durante a graduação, período em que ela também se separou do marido. Luana sente falta de uma estrutura oferecida pelas instituições de ensino superior, como uma creche.

“Não falo nem pela questão das indígenas e sim, pelas diversas mães que entram na universidade, mas que acabam abrindo mão de seu sonho para cuidar dos filhos e da casa. Sem contar que para mim foi uma decisão muito difícil iniciar o mestrado ano passado na UFPA, em Belém, já que a UFOPA não oferta. Minha mãe e irmã me apoiaram e disseram que cuidariam dos meus filhos para eu ir. Nisso, passei por julgamentos de outras pessoas, até mesmo de mulheres que diziam que eu não tinha amor pelos meus filhos porque estava os deixando. O pai dá suporte financeiro, só que é professor nas aldeias e não para na cidade, mas sempre que pode fica com nossos filhos. Mas é isso, ele nunca foi julgado por isso, já eu sim. Só que pensei: eu tenho uma filha mulher que é a Yara e se eu desistisse dos meus sonhos eu diria o que para a minha filha lá na frente, quando ela se entendesse? Que a partir do momento que a gente é mãe a nossa vida acaba ali, a gente não pode realizar nossos sonhos porque os filhos atrapalham? Não foi isso que eu tomei para mim. Então ignorei todas as críticas, todos os apontamentos que fizeram para mim e segui atrás do meu sonho. Agora já faz um ano que estou na UFPA.”

5 Ara Mirim Sonia, Guarani Mbya, São Paulo

Ara Mirim Sonia (foto: Thiago Carvalho)

São Paulo é um dos maiores estados do mundo e um dos carro-chefes da economia brasileira. Por isso, muitos brasileiros e estrangeiros acreditam que nesse território não existe mais indígenas e se existem perderam a cultura. Contudo, e muito pelo contrário, os Guarani Mbya resistem firmemente em diversas áreas, como é o caso da Terra Indígena Jaraguá, localizada na Zona Norte da capital, a menor área indígena demarcada do país. Sobreviver entorno da realidade urbana não é tarefa fácil. Seus direitos estão a todo instante ameaçados, forçando os Guarani a ficarem atentos. É nesse contexto de luta por dignidade que algumas lideranças indígenas se destacam, como a Ara Mirim Sonia, da aldeia Tekoa Ytu.  Ara Mirim que aceitou participar da reportagem, mas por conta de neste momento seu povo estar ocupando uma área vizinha à aldeia, cuja construtora Tenda derrubou mais de 500 árvores e anunciou a construção de prédios na área, a jornalista não conseguiu mais contato. Assim que a comunicação for feita este texto será atualizado.

Vale lembrar que a ocupação acontece porque os Guarani Mbya alegam que a Tenda não realizou nenhum estudo de impacto socioambiental do empreendimento na comunidade indígena e que a construção se desdobrará em um impacto negativo para o modo de vida de seu povo.

6 Yaka Edilene Sales Huni Kuin , 22 anos, Acre

Yaka Huni Kuin (foto: arquivo pessoal)

A Floresta Amazônica acreana, no rio Jordão, localizado no município que leva o mesmo nome, é a morada de Yaka Edilene Sales, do povo Huni Kuin. Yaka tem 22 anos, é da aldeia Chico Curumim e junto de sua irmã Daní Rita Sales, de 24 anos, são jovens lideranças que ajudaram a criar em 2012 e, oficialmente em 2014, o Kayatibu, coletivo de jovens indígenas Huni Kuin que fortalecem a cultura de seu povo na música, pintura e palestras de conscientização, seja sobre a cultura, seja sobre igualdade de gênero. A sede do grupo é no município do Jordão, local que a todo instante seu povo transita e, assim como acontece com outras etnias, com o contato da cidade o acesso ao álcool chega, distanciando, em muitos casos, os indígenas de suas práticas culturais.

“A gente incentiva e fortalece os jovens, principalmente os que estão perdidos na cidade. Criamos o Kayatibu com 35 pessoas e hoje cada aldeia também tem seu grupo. Ficamos felizes quando vemos esses movimentos se espalhando. Pessoas que bebiam álcool não bebem mais. Hoje em dia o conhecimento da cultura está dentro de cada um, tomamos ayahuasca, nossa bebida sagrada e quando os jovens vêm para a cidade nem ligam para a bebida, ou bebem pouco, mas não como era na época.”

O machismo também está presente no universo Huni Kuin. “O conhecimento que vamos tendo também buscamos mostrar para os homens, como não separar as mulheres dos homens em algumas atividades. Agora eu também quero trabalhar ainda mais com as meninas para juntas a gente mergulhar mais em nossos conhecimentos e direitos.”

Outro papel do grupo é o contato com os não indígenas para estabelecer conhecimento e parcerias. “Hoje em dia estamos em um novo tempo, nova era, que em nossa língua chamamos de xinã bina, em que trabalhamos juntos com os nossos irmãos nawa [não indígena] . Para poder trabalhar com o nawa a gente tem que ter comunicação boa, qualidade para que a gente possa entender também os projetos, se não a gente não tem como se comunicar.” Yaka conta também que os moradores não indígenas do Jordão têm preconceito com eles indígenas e uma das missões do Kayatibu é acabar com isso.

Yaka não guarda toda essa conquista como um resultado exclusivo dela. A indígena sabe e deixa claro que é fruto de um resgate que seu pai, o artista Ibã Sales e outras lideranças mais velhas deixaram e que hoje ela e os demais jovens da aldeia fortalecem. A jovem de apenas 22 anos é também pintora e costuma traduzir em arte a origem e o universo espiritual de seu povo. Como artista e junto com outros Huni Kuin, pintou em 2017 as paredes do Itaú Cultural, em São Paulo, para a mostra Una Shubu Hiwea – Livro Escola Viva do Povo Huni Kuĩ do Rio Jordão e no ano seguinte, teve suas pinturas expostas na Galeria Estação, também em São Paulo.

Contudo, todo esse caminho que, tanto Yaka quanto sua irmã Daní percorreram (Daní também participou das dessas duas exposições), foram repletos de julgamentos. “Quando começamos, muita gente nos julgou por sermos mulheres e que por isso não podíamos fazer essas coisas, falavam que era trabalho para homens. Só que nunca demos ouvidos e sempre seguimos o que sentimos. Desde pequenas nós sempre fomos diferente das outras meninas, por exemplo, as mães das outras falavam que elas não podiam brincar de algumas coisas porque era só para menino e elas escutavam. Só que a gente não. A gente brincava mesmo assim. Pior que a gente não sabia que a mulher tem voz. Se a gente soubesse antes, desde pequenininhas, estaria mais diferente.”

Fonte: revistaeducacao.com.br

ensino superior digital

Ensino superior se une para promover a transformação digital. Saiba como participar da rede colaborativa

Criada pelo Universia, a MetaRed conta com a participação de diversas instituições públicas e privadas brasileiras. Interessados em aderir podem se inscrever por e-mail

O ensino superior brasileiro está unindo forças para expandir o uso de tecnologias educacionais e reforçar a segurança das redes e dos ambientes digitais. As instituições também estão trabalhando em conjunto para avançar nos aspectos de governança e de indicadores de TI e melhorar o relacionamento com os fornecedores.

Esse trabalho colaborativo faz parte da MetaRed Brasil, uma iniciativa criada pelo Universia (e presente em outros sete países) para apoiar as IES no uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) no ensino, na gestão e na pesquisa.

No Brasil, o projeto é presidido por Hermes Ferreira Figueiredo, diretor-presidente da Cruzeiro do Sul Educacional e presidente do Semesp, e coordenado por Fábio Reis, diretor de Inovação Acadêmica e Redes de Cooperação do Semesp.

Trabalho em grupos

Para facilitar o andamento das discussões e dar mais foco aos participantes, a MetaRed opera por meio de grupos de trabalho. São eles:

Tecnologia educacional – promove e desenvolve a avaliação do ensino superior;

Segurança de TI – coordena, difunde e promove atividades e boas práticas e a implantação de ferramentas comuns de gestão de segurança;

Governança e Indicadores de TI – promove o estudo, análise, avaliação e implantação de um sistema de governança de TI, levando em consideração as atividades administrativas e educacionais das IES;

Soluções com os clientes – objetiva a melhoria contínua no processo de Gestão de Relacionamento com Fornecedores de TI (GRFTI), envolvendo registro de experiências, gestão de conhecimento, ciclo de gestão e eventos.

Diversas instituições públicas e privadas já estão participando das discussões e promovendo melhorias na área de tecnologia. Todos os associados do Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior do Brasil, podem participar. Para se inscrever, envie e-mail para redes@semesp.org.br.

ensino superior digital
Foto: Shutterstock

Fonte: revistaensinosuperior.com.br

Coronavírus MEC

Coronavírus: MEC libera ensino a distância por 30 dias

Outra alternativa é o adiantamento das férias. Cursos de Medicina não poderão ser online

Diante da pandemia do coronavírus, o Ministério da Educação (MEC) publicou uma portaria que permite a substituição das disciplinas presenciais por aulas que utilizem meios digitais. A medida vale por 30 dias, que poderão ser prorrogados. O documento teve apoio do Comitê Operativo de Emergência do ministério, criado para pensar alternativas de contenção ao avanço do Covid-19.

“Será de responsabilidade das instituições a definição das disciplinas que poderão ser substituídas, a disponibilização de ferramentas aos alunos que permitam o acompanhamento dos conteúdos ofertados bem como a realização de avaliações durante o período da autorização ”, aponta um parágrafo do documento oficial.

As instituições que optarem pelo ensino a distância devem comunicar o MEC no período de até 15 dias e as atividades que forem suspensas deverão ser repostas depois.

Limites legais

José Roberto Covac, diretor jurídico do Semesp, esclarece que a liberação vale para 40% da carga horária dos cursos. “Nesses 30 dias, as instituições devem deixar claro para o corpo discente,  nos contratos de prestação de serviços educacionais de cursos presenciais  que será seguido o limite de EAD de até 40%, e que essa mudança não interferirá em nada na diplomação e carga horária a ser cumprida no ano letivo, sendo que as atividades e disciplinas ofertadas terão o acompanhamento da instituição enquanto perdurar a situação incomum dessa pandemia”, alertou o especialista, que também é sócio da Covac Sociedade de Advogados. 

Outra sugestão foi que as instituições criem um Comitê de Contingência para conscientizar alunos, professores, funcionários a lidar com a situação, lembrando que “os coordenadores de cursos nesse momento devem usar mecanismos como redes sociais e tecnológicos para propor aulas on line e reprogramar a grade presencial para a volta dos alunos após o período de 30 dias”. 

A portaria permite ainda o adiantamento das férias coletivas. A decisão, contudo, depende de acordos coletivos e aprovação dos sindicatos dos professores.

Medicina

Importante ressaltar que tal medida não se aplica aos cursos de Medicina e em estágios e práticas em laboratórios, podendo assim, ser suspensas as atividades acadêmicas. As provas para todos os cursos também não poderão ser online.

Para ter acesso ao documento oficial clique aqui.

Coronavírus MEC
Por conta do coronavírus, MEC autoriza aulas online (foto: Shutterstock)

Fonte: revistaensinosuperior.com.br

nota 5

Prepare a sua IES para receber as Comissões de Avaliação In Loco

Uma das maiores preocupações das Instituições de Educação Superior (IES) é a avaliação realizada pelo MEC, haja vista que todos os processos regulatórios giram em torno dela dessas avaliações feitas in loco. Essa avaliação in loco é realizada por uma comissão de avaliadores do MEC que irá atestar a qualidade da IES, sobretudo seus cursos.

A Schmeiske Consultoria pode lhe ajudar na preparação da IES para o recebimento dessa comissão, é SERVIÇO DE PREPARAÇÃO E SIMULAÇÃO DE RECEBIMENTO DE COMISSÃO DE AVALIAÇÃO IN LOCO DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO – MEC.

A Schmeiske Consultoria, conta com uma vasta experiência, através de sua Diretora Executiva, Dr.ª Cláudia Schmeiske, conhecedora da legislação e dos processos, além do seu olhar atento, criterioso e detalhista. Essa fase de preparação é extremamente importante, é nessa hora que vamos planejar e executar as estratégias e dedicar para que possamos trazer excelentes resultados para sua Instituição de Educação Superior.

Avaliação prévia da documentação básica para recebimento da Comissão de Avaliação;
Visita à instituição para: entrevistas pessoais com as equipes envolvidas na avaliação (CPA, NDE, Direção, Coordenadores, Professores, Discentes, Técnicos, outros de acordo com a avaliação);
Análise das instalações físicas, observando sempre os critérios do instrumento de avaliação vigente;
Apresentação de um relatório final de avaliação, apontando as fragilidades e potencialidades da IES ou do curso para o recebimento da comissão, com recomendações de melhorias para uma boa avaliação.
Tempo de execução: 30 dias.
Entre em contato através do e-mail claudiaschmeiske@gmail.com e solicite uma proposta.

Dr. Claudia Schmeiske

ciencia-tecnologia

Ciência, Tecnologia e Inovação, as competências para o crescimento sustentável

O desenvolvimento de competências para ciência, tecnologia e inovação (CTI) é algo fundamental. Mais: é urgente e deve ser priorizado para a transformação da realidade socioeconômica brasileira.

Durante meus estudos de mestrado e doutorado, tive o privilégio de conviver com pesquisadores que, à sua profunda erudição e elevado rigor científico, somavam uma visão instigante de mundo, que mobilizava estudantes a refletirem sobre si mesmos e sobre a sociedade.

Um desses mestres foi o economista Ladislau Dowbor, cuja história de vida se soma a uma vastidão de conhecimentos e profícua produção científica – características que o permitem ser reconhecido internacionalmente. Seu foco principal? Enfrentar a pobreza e combater a desigualdade. Via de regra, Ladislau não é considerado simpatizante das políticas defendidas pelo Banco Mundial e outros órgãos multilaterais. Mas sempre teve abertura intelectual o suficiente para analisar os dados publicados por essas instituições – seja para refutar, criticar ou demonstrar fatos que saltavam aos olhos.

Na mesma linha crítica do mestre Ladislau, quero refletir sobre uma de 2008, escrita por autores designados pelo Banco Mundial, com o título “Science, technology, and innovation: capacity building for sustainable growth and poverty reduction”. Na data em escrevo está disponível para download aqui

O trabalho advém do Fórum Global de Ciência, Tecnologia e Inovação, realizado em fevereiro de 2007, nos Estados Unidos. O objetivo foi discutir estratégias, programas e políticas para ampliar a capacidade científica, tecnológica e de inovação nos países empobrecidos, para promover o crescimento sustentável e, consequentemente, a redução da pobreza. Vejamos alguns tópicos:

  • Redução de pobreza e caminhos para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis promulgados pela ONU – Para que consigam aplicar Ciência, Tecnologia e Inovação  na resolução de seus problemas, as comunidades locais devem ser participantes ativas no processo de desenvolvimento – e não meramente destinatários passivos da tecnologia desenvolvida por outros povos. O empreendedorismo e as habilidades de marketing também são importantes. Mas sem a capacidade de desenvolver soluções tecnologicamente superiores ou inovadoras, ambas serão competências que não garantirão sucesso na construção das capacidades produtivas dos países.
  • Ampliação do valor agregado aos recursos naturais exportados – Embora possa parecer paradoxal num primeiro momento, muitos economistas consideram a oferta abundante recursos naturais como um potencial problema. O raciocínio sugere que a abundância desacelera o crescimento e dificulta a diversificação econômica. É preciso escapar desse ciclo vicioso. Para isso, os países têm que desenvolver competências adequadas de CTI para que as organizações locais tenham a capacidade de produzir e exportar mais bens e serviços de maior intensidade tecnológica. Fundamental é que cientistas, empreendedores e demais trabalhadores estejam aptos para executar tarefas mais complexas, que pedem melhor formação e espaço para a criatividade.
  • Atualização tecnológica e captura da vantagem do retardatário – Os países empobrecidos são, atualmente, os retardatários tecnológicos – uma desvantagem frente aos países ricos no que diz respeito à capacidade em CTI. Porém, isso não significa uma condenação permanente que empurre as nações pobres para trás. É possível diminuir o fosso e recuperar terreno se houver aprendizagem, convertendo o atraso em vantagem. Por exemplo: os retardatários não têm que inventar a maioria das tecnologias de produção ou processos a serem adotados. Nem precisam começar com a tecnologia mais antiga e trilhar o mesmo histórico de progressão que os países mais ricos seguiram. É possível saltar e mover-se diretamente para as tecnologias mais avançadas. Essa rápida progressão tecnológica pede o desenvolvimento interno da capacidade de encontrar tecnologias existentes, adaptá-las para uso local e incorporá-las ao processo produtivo. É o que a China tem feito nas últimas décadas.
  • O papel da Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) – Já existem muitas tecnologias que podem colaborar para reduzir a pobreza, agregar valor às exportações e atualizar a proficiência tecnológica da população em nações empobrecidas. É comum que muitas estejam com seu uso difundido nos países ricos. Portanto, uma das primeiras tarefas no desenvolvimento da CTI deve ser voltada ao uso e adaptação das tecnologias existentes. Para a maioria, isso requer o desenvolvimento de competências técnicas e profissionais no campo das ciências, tecnologias, engenharias, artes e matemática – conhecido pela sigla em inglês Steam. Não significa a ideia de que nenhum papel há para P&D nas fronteiras do conhecimento. Mas somente que os dois tipos de esforços devem estar previstos nas políticas públicas e iniciativas privadas de inovação.

Dentre as conclusões principais do Fórum, destaco:

O Ensino Fundamental de boa qualidade é essencial, mas não suficiente. Nenhum país terá condição de melhorar suas condições socioeconômicas se não cuidar da qualidade e inclusão no Ensino Médio e na Educação Superior. O pensamento que defende serem os salários baixos um diferencial competitivo não se sustenta diante da crescente automação dos trabalhos manuais e repetitivos.

A centralidade das mulheres para a redução da pobreza exige que o combate à Desigualdade de Gênero seja priorizado nas estratégias para o desenvolvimento das competências para CTI.

Desenvolver competências para CTI é muito mais do que focar apenas em tecnologias de ponta. As necessidades locais em países empobrecidos pedem um olhar também para as questões mais básicas, tais como saneamento básico, economia ambiental, doenças tropicais, desnutrição e combate à violência. Soluções intensivas de tecnologia concebidas ou adaptadas para temas como esses têm elevado potencial de gerar maior prosperidade e competitividade.

DIMENSÕES DA CAPACITAÇÃO EM CTI

O infográfico a seguir apresenta quatro dimensões necessárias à capacidade para a CTI: pessoas competentes; empreendedorismo, organizações e ecossistema de inovação. Confira abaixo:

Mesmo que um país empobrecido aumente drasticamente o tamanho, a qualidade e seu esforço de pesquisa, é improvável que o sistema local de P&D gere mais do que uma pequena fração do total de conhecimento necessário para mudar a matriz socioeconômica. Portanto, a maioria do conhecimento que qualquer nação vai precisar será produzido por outros.

Como resultado, o desenvolvimento da capacidade de identificar, localizar, adquirir, adaptar e adotar esse conhecimento existente deve ser um componente indispensável da capacidade em CTI.

E a capacidade de produzir e usar novos conhecimentos por meio de P&D? Bem, ela implica na capacidade de conduzir a pesquisa básica de alto nível, sozinhos ou em parceria com os principais institutos globais de P&D. Ou ser capaz de encontrar novas maneiras de resolver problemas locais como, por exemplo, sistemas de filtragem de nanotecnologia para fornecer água potável ou biogás como alternativa energética.

O Brasil deve eleger a capacitação em CTI como uma de suas prioridades. Não há outro caminho, a não ser mudar a forma como são administrados os sistemas de educação, para incorporar também nestes a inovação – na gestão, nas parcerias, nas metodologias, nos conteúdos, nos espaços e nas relações.


Sobre o autor

Luciano Sathler é PhD em Administração pela FEA/USP, reitor do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix e diretor da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), além de curador do site Inovação Educacional.

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Universidades pequenas perderam menos alunos, diz pesquisa

As universidades particulares de pequeno porte, com até 3 mil alunos matriculados, foram as que menos perderam alunos matriculados no primeiro semestre deste ano, segundo levantamento feito pelo Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp) com 99 instituições do país. O número de estudantes matriculados nessas instituições recuou -0,2% no primeiro semestre deste ano na comparação com o mesmo período do ano anterior. Mas foram as pequenas instituições que mais perderam calouros este ano. A queda foi de 9,3% em relação ao ano anterior.

— As faculdades de menor porte conseguem fazer uma melhor a política de gestão dos alunos. Oferecem um atendimento mais personalizado, sabe se o estudante ou sua família estão com problemas financeiros. Além disso, algumas dessas instituições são de nichos, com mensalidades mais altas e onde a evasão é menor — diz Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp.

Já nas instituições de médio porte, com entre 3 mil e 7 mil alunos, a evasão foi maior: queda de 2,9% na base de matriculados. O número de calouros encolheu 2,9% nestas instituições. Nas grandes universidades privadas, com mais de 10 mil alunos, o número de matriculados diminuiu 1,7%, no primeiro semestre, enquanto o percentual de novos alunos encolheu 3,9%. São instituições onde o atendimento aos estudantes não é tão personalizado quanto nas pequenas. Mas são as grandes que têm maior capacidade de captar alunos, diz Capelato.— São essas faculdades que conseguem oferecer os descontos mais atraentes, além de parcelar o curso em prazos mais extensos, como até oito anos — afirma.Pesquisa do Semesp mostrou que 80 mil calouros deixaram de se matricular nas universidades privadas este ano por conta de desemprego ou perda de renda, conforme reportagem do jornal O GLOBO.

Considerando apenas os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, mostra a pesquisa, a queda de matrículas de calouros foi de 25,7%. Especialistas avaliam que, com a economia crescendo pouco este ano, a lentidão na criação de novas vagas de trabalho e a redução dos programas de financiamento estudantil, como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), do governo federal, não haverá reversão deste movimento de evasão em 2019.

— Enquanto não tivermos a reversão do desemprego, não vai haver crescimento significativo da base de alunos no ensino superior — diz o coordenador da área de estudos de mercado da consultoria Hoper, especializada em educação, Paulo Presse.

POR JOÃO SORIMA NETO

oglobo.globo.com